domingo, 1 de julho de 2012

Prosa e Poesia


Oi pessoal,
Abrindo a coluna "Prosa e Poesia" apresento o poema "Ser Carioca" que fiz durante o meu primeiro ano de Rio de Janeiro.
Encontrei muitas diferenças entre esta e as outras cidades em que já morei. Deparei-me a alguns choques culturais, mas no geral, o Rio me recebeu bem e me ensinou a respeitar as diferenças.




SER CARIOCA

É saber tornar uma conversa infinita
É usar calça jeans com havaianas
É manter-se moreno
É falar “menas”, “douze”, “Diodoro”
É não deixar uma mulher escapar aos olhares
É transformar um erro em uma piada
É conversar sobre o futuro com o gari e sobre mulher com o chefe

É estar sempre em dia com o futebol
Ser carioca é jogar vôlei, futevôlei, frescobol, surfar, andar de patins, skate e sambar
É ser “sinixtro” sempre e “excroto” quando necessário

É conhecer todos os palavrões e usá-los ao mesmo tempo.
É frequentar o Lavradio* em plena segunda-feira
É terminar o expediente às 16h no horário de verão
É procurar desculpa para ofender um paulista
É pedir o último chopp, a saideira e o “pra fechar a conta”

Ser carioca é ser acolhedor
É aceitar as diferenças
É reconhecer os problemas de sua cidade e não se calar
É ter borogodó, ziriguidum, balacobaco e telecoteco

Por Bruno Pires, em 29 de novembro de 2010.

Nota: *Referência à Rua do Lavradio. Onde estão localizados os melhores bares da Lapa.